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DIANTE DA JUSTIÇA

22/06/2015 15:46

“…Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” – Jesus. (MATEUS, 5:20.)

Escribas e fariseus assumiam atitudes na pauta da Lei Antiga.
Olho por olho, dente por dente.
Atacados, devolviam insulto.
Perseguidos, revidavam, cruéis.
Com Jesus, porém, a justiça fez-se a virtude de conferir a cada qual o que lhe compete, segundo a melhor consciência.
Ele mesmo começou por aplicá-la a si próprio.
Enredado nas trevas pela imprudência de Judas, não endossa condenação ou desforço.

 

Abençoa-o e segue adiante, na certeza de que o amigo inconstante já carregava, consigo mesmo, infortúnio suficiente para chorar.
Ainda assim, porque o Mestre nos haja ensinado o amor sem lindes, isso não significa que os discípulas do Evangelho devam caminhar sem justiça, na esfera das próprias lutas.
Apenas é forçoso considerar que, no padrão de Jesus, a justiça não agrava os problemas do devedor, reconhecendo-lhe, ao invés disso, as necessidades que o recomendam à compaixão, sem furtar-lhe as possibilidades de reajuste.
Se ofensas, pois, caírem-te na alma, compadece-te do agressor e prossegue à frente, dando ao mundo e à vida o melhor que possas.
Aos que tombam na estrada, basta o ferimento da queda; e aos que fazem o mal, chega o fogo do remorso a comburir-lhes o coração.

XAVIER, Francisco Cândido – Palavras de Vida Eterna – Ditado pelo espírito de Emmanuel, Editora Comunhão Espírita Cristã, Edição nº 34 de 2007, Páginas:  240 à 241, Uberaba – Minas Gerais/1965.

SITUAÇÕES EMBARAÇOSAS

03/02/2014 00:00

 

A vivência diária dos postulados do Espiritismo coloca-nos à frente de muitas situações embaraçosas, ante as condições atuais da humanidade.

É hora do testemunho! A permissividade, infelizmente, assumiu postura cidadã. Há muito tempo, ser bom é confundido com ser bobo. Mesmo assim, cabe-nos trabalhar o nosso progresso para nos tornarmos pessoas melhores e isto, como propõe a Lei de Sociedade em O Livro dos Espíritos, nos será oportunizado na vida de relação.

Não adianta fingirmos de bons – adotando fala mansa e melosa, acompanhada de sorriso comedido, meio-sorriso.

E o nosso coração? E as nossas atitudes ante as adversidades e os convites para “levar vantagem em tudo” e responder às agressões com outras tantas agressões?

Na instituição espírita podemos assumir ares de “bonzinhos”, mas é na vida de relação junto à família, ao ambiente de trabalho e à sociedade de uma forma geral que precisamos demonstrar o aprendizado espírita.

Aliás, assim como “bonzinho”, algumas outras palavras colocadas no diminutivo passam a ter entendimento pejorativo.

Vejamos o vocábulo “irmão”, muito usado por Jesus e pelos Benfeitores Espirituais para nos fazer entender que todos somos irmãos, filhos de um mesmo Pai. Porém, o diminutivo “irmãozinho”, muito utilizado no nosso meio espírita, traz pesada carga de subalternidade para aquele a quem assim denominamos.

É nosso “irmãozinho” o assistido com alimentos na casa espírita, colocado, assim, numa condição de subalternidade social.

É, também, nosso “irmãozinho” o espírito necessitado, socorrido nas reuniões de desobsessão, colocado, dessa forma, numa condição de subalternidade moral. Ora, por que, nesses dois casos, não são nossos irmãos, mas “irmãozinhos”? Não conseguimos entender essa referência no diminutivo como motivada pelo carinho, pois este, se verdadeiro, concebe o outro em pé de igualdade e não de subalternidade.

Então, esses, tanto os que recebem a sacola de alimentos nas casas espíritas, como os espíritos assistidos nas reuniões, são nossos irmãos que temporariamente podem estar em provação, mas, nem por isso, estão necessariamente em condições espirituais inferiores àqueles que os denominam de “irmãozinhos”.

 

Fonte: O Redenção Boletim Informativo Mensal  Ano 9  No. 118 - Julho/2008 – Grupo Espírita Redenção – Rio de Janeiro - RJ